Na tarde da última quinta-feira dia 15, ocorreu um seminário para tratar sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O evento realizou-se no auditório do Centro Empresarial de Blumenau (CEB), reunindo especialistas de diversas áreas para tratar sobre o tema e explicar quais efeitos a nova legislação trará ao mundo empresarial.
A promoção foi da Acib, por meio dos Núcleos de Convergência Digital, Jurídico, da Mulher Empresária, Consultoria e Marketing, em parceria com o Sintex e o Sindicato Patronal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico (Simmmeb).
O que é a Lei Geral de Proteção de Dados?
A LGPD foi sancionada em agosto do último ano no Brasil, impondo regras sobre a coleta e o tratamento de informações de pessoas por empresas e órgãos públicos. A lei está prevista para entrar em vigor em agosto de 2020.
Com ela, as empresas terão mais responsabilidades perante o recolhimento e proteção dos dados pessoais, estando sujeitas a multas de cerca até 2% do faturamento da empresa, que podem chegar a 50 milhões de reais, em caso de descumprimento e violação das regras relativas à proteção e privacidade dos dados.
Manager do E-goi abriu o seminário
Ernesto Ferreira, Corporate Sales Manager da plataforma multicanal E-goi, abriu o evento. Por vídeo, falou da experiência das empresas europeias com a RGPD. No velho continente, a legislação foi implantada há pouco mais de um ano. Segundo o executivo na Europa, o processo da lei foi um pouco tumultuado e complexo. “Não pelo tempo que ela levou para ser implementada, mas muito, pelo tempo que as empresas demoraram para perceber aquilo que efetivamente precisavam fazer para a implementação do compliance com o RGPD”. Explicou, tomando como exemplo a experiência de Portugal, seu país de origem.
O especialista ressaltou que a nova lei não difere muito daquelas já existentes, mas trouxe mais algumas limitações e diretrizes para melhor proteger os dados dos seus clientes. Mas acima de tudo, o que deu mais visibilidade para RGPD, foram as multas associadas ao não cumprimento da lei. Multas pesadas, desenhadas para os grandes players que trabalham com os dados de milhões de consumidores.
Uma grande onda de desinformação foi gerada a partir de então. Houve um movimento grande por parte de muitas entidades pouco especializadas na área e muitas empresas incorreram no erro, fazendo um trabalho mal feito em sua adequação para cumprir a nova legislação, principalmente na área do marketing. “Grande parte das empresas do setor já seguiam conceitos do RGPD e pouca coisa precisaria ser feito para ficar 100% compliance. Mas, infelizmente o pânico instalou-se e boa parte das empresas optou por reconfirmar todas as bases de dados, processo feito em outras oportunidades, causando prejuízos de muitos milhões de Euros” assinalou. Acrescentou ainda que após a lei em vigor, as corporações descobriram que não precisavam ter gasto recursos e tempo nesse processo de reconfirmação.
Outras esperaram até os últimos dias que antecederam a entrada em vigor da lei para tomar ações e medidas e ficar 100% compliance. “E assim as decisões são menos ponderadas, mas sob pressão, num ambiente de muito stress.”
No Brasil, o executivo tem a oportunidade de poder planejar com bastante antecedência, levando em consideração os fatos ocorridos na Europa. Dentro do marketing digital, muitas empresas brasileiras já seguem as normas, necessitando de poucos ajustes.
As mudanças no E-goi
O E-goi promoveu um trabalho gigante de transformação do produto e do serviço oferecido, se adaptando às necessidades dos clientes que precisam fazer essa transformação. Ernesto Ferreira falou da grande experiência adquirida pela empresa e assim sente-se em condições para compartilhar essas vivências no processo de adequação da plataforma com empresas e entidades interessadas. “O mais importante é fazer uma transformação com antecedência, com rigor, mas sem alarmismo e sem cair no medo exagerado, jogando no lixo todo trabalho realizado até aqui e começar do zero. Isso não existe. Apenas ajustes pontuais na forma como se comunica, se capta e se armazena os dados. É importante ter isso em mente”, finalizou, reiterando o apoio da empresa nessa processo de troca de experiências.
E-goi em Santa Catarina
A plataforma multicanal E-goi está presente em Santa Catarina com sua representante exclusiva: a Trade Mídia. No mercado desde 2007 a Trade Mídia é uma empresa especializada na gestão de campanhas de e-mail marketing e que passou a ser referência em agilidade e eficácia na comunicação online dos seus clientes.
Tem à frente o trabalho do administrador Airton Hilário Schaefer. Atualmente, ele é coordenador do Núcleo empresaria da ACIB Núcleo de Convergência Digital, um dos promotores do Seminário realizado na última quinta-feira sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A evolução da Trade Mídia é uma constante. A partir de 2015 deixou de atuar apenas como ferramenta de e-mail marketing, passando a oferecer uma plataforma de marketing multicanal, se tornando representante exclusiva para Santa Catarina da empresa portuguesa E-goi.
Presente em 40 países, a plataforma E-goi é uma solução que possibilita criar diversas ações de comunicação e marketing de forma simples e eficaz para gerir e enviar campanhas por meio de canais digitais: e-mail, SMS, notificações push, formulários, redes sociais e voz.
Com estratégias de relacionamento totalmente automatizadas e personalizadas em todos os canais, a Trade Mídia Powered By E-goi tem como objetivo de sempre inovar para ampliar os resultados que seus produtos e serviços possam trazer para os seus clientes.

Marlon Volpi – Volpi Advogados
Complemento do Seminário na Acib
Após a apresentação em vídeo do manager do E-goi, ocorreram vários painéis presenciais. O primeiro abordou a visão geral e os aspectos práticos da lei, com Bernardo Agnes, da empresa Senior Sistemas e com Marlon Volpi, do escritório Volpi Advogados. Volpi ressaltou que cada um de nós é agente desta lei, pois, possuímos dados pessoais e, estes dados estão inseridos em algum sistema, de alguma empresa.

Bernardo Agnes – Senior Sistemas
A nova lei serve, principalmente, para quatro fatores: proteção dos dados pessoais, privacidade e controle, autodeterminação informativa e consciência sobre os dados. “A lei se aplica a pessoas jurídicas, pessoas físicas com fins econômicos, poderes públicos ou privados, em meios físicos ou digitais”, explicou Agnes.

Anelore Tolardo – Nova Era Consultoria
Para finalizar, os painelistas, explicaram sobre a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que é responsável pela regulamentação, orientação, fiscalização e aplicação das sanções.
Anelore Tolardo, da empresa Nova Era Consultoria e Moisés Cardoso, professor e consultor, falaram sobre os impactos da lei nas áreas de Marketing e RH.
Anelore iniciou fazendo um questionamento sobre a área de recursos humanos: será que nós precisamos de todos os dados que solicitamos ao candidato/empregado quando fazemos processo de recrutamento e seleção?
É importante saber o propósito dos dados armazenados, qual a finalidade e a necessidade. Além disso, os profissionais responsáveis pelo armazenamento dos dados devem ser conscientizados sobre relevância destes dados, principalmente se eles forem vazados.

Moisés Cardoso – Professor e Consultor
O professor e consultor Moisés Cardoso, deu sequência nas apresentações. Falou sobre os impactos da LGPD na comunicação. Moisés citou e explicou diversos exemplos práticos e lúdicos sobre o contexto de entrega de dados para diversas plataformas de comunicação, dando como exemplo as redes sociais e todos os dados que fornecemos diariamente e gratuitamente para estas plataformas.
Citou, o caso recente do aplicativo FaceApp, no qual se aplicava o envelhecimento nos rostos. “Com este aplicativo nós fornecemos um dos nossos dados mais importantes, nosso reconhecimento facial, sem nos darmos conta do que será feito com ele”, diz.
Finalizando, ele citou uma frase do professor Dr. Luli Radfahrer, que diz: “Se você não pagou por um produto, você é o produto”.

Paulo Fernando da Silva – Tracker Segurança da Informação
O terceiro e último painel, foi apresentado por Paulo Fernando da Silva, da empresa Tracker Segurança da Informação, sobre o impacto da lei na área da Tecnologia da Informação.
Silva ressaltou a importância de conceder aos colaboradores da empresa celulares corporativos, pois, caso o funcionário utilize seu aparelho pessoal e vaze algum dado, a empresa será prejudicada e multada. Ainda ressaltando os colaboradores, ele afirmou que é essencial para se adequar à lei, que a organização aplique políticas efetivas aos colaboradores sobre segurança da informação, assim, todos estarão pensando da mesma forma e com o mesmo respeito aos dados.

Jean Carlo Corrêa Gomes – Senior Sistemas
O painelista ainda explicou minuciosamente o ciclo de vida da LGPD e os controles da proteção de dados. “O que irá fazer a empresa se adequar a lei, será a aplicação de uma política de proteção de dados”, diz.
Após as apresentações os painelistas fizeram uma mesa redonda para apresentar alguns cases de sucesso e responder perguntas dos participantes.
Por: Assessoria de Imprensa da Trade Mìdia